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SOPRO DE VIDA

SOPLO DE VIDA (1999), de Luis Ospina, 110 min. 16 anos.
Quem matou Golondrina? As investigações sobre o crime, conduzidas pelo detetive particular Emerson Roque Fierro, envolvem um lutador de boxe aposentado, um político em campanha, os donos de um cassino e os administradores de um hotel no centro de Bogotá.

É com os códigos do film noir e uma série de referências cinéfilas que Luis Ospina leva às telas o minucioso roteiro escrito por seu irmão, Sebastián Ospina. De capa, chapéu e cigarro aceso, o ex-policial Emerson Roque Fierro (Fernando Solórzano) conduz as investigações na qualidade de detetive particular, com o objetivo de inocentar Óscar López (Edgardo Román), um boxeador aposentado, autor presumido do crime. Numa combinação de trechos em preto e branco que evocam os policiais dos anos 1940, cenas escuras filmadas em cores que ressaltam a expressividade das sombras, como na releitura do gênero já nos anos 1960, e momentos em que as cores fortes da película Kodak e os metais da trilha sonora conferem ao longa tonalidade contemporânea e tropical, a história de Golondrina (Flora Martínez) é narrada em uma cascata de flashbacks. O contraste entre os personagens e as imagens da cidade revelam as desigualdades da sociedade colombiana, vistas no pano de fundo. A pós-apocalíptica sequência inicial é composta por materiais de arquivo da tragédia de Armero – em 1985, a erupção do vulcão Nevado del Ruiz cobriu de lama a pequena cidade, matando dois terços de sua população. Golondrina vivera em Armero, assim como a finada mulher do detetive. Na intrincada trama elaborada pelos irmãos Ospina, não há lugar para coincidências. (Lúcia Monteiro)

05 de julho, quarta-feira, 17h30 + debate com o cineasta
08 de julho, sábado, 18h30