SOPRO DE VIDA
June 20, 2017
VÍDEO (B)ART(H)ES
June 20, 2017O DESASSOSSEGO SUPREMO: RETRATO INCESSANTE DE FERNANDO VALLEJO
LA DESAZÓN SUPREMA: RETRATO INCESANTE DE FERNANDO VALLEJO (2003), de Luis Ospina, 90 min. 14 anos.
Retrato documental do provocador escritor Fernando Vallejo, nascido na Colômbia e radicado no México. Autor de romances autobiográficos e outras obras literárias, Vallejo se torna mundialmente conhecido pela adaptação para o cinema de seu livro A Virgem dos sicários pelo cineasta franco-suíço Barbet Schroeder.
Neste último retrato documental realizado por Ospina, o protagonismo é da prosa desesperadamente pessimista de Fernando Vallejo, escritor nascido em Medellín em 1942 e radicado no México desde os anos 1970. Além dos trechos de seus romances autobiográficos reunidos no livro El río del tiempo (1999), lidos pelo próprio autor, por Sandro Romero Rey ou reproduzidos em inscrições sobre a imagem videográfica, o filme comporta partes do violento discurso que ele profere no Encontro Ibero-americano de Escritores realizado em Bogotá, em 2000, entrevistas absolutamente provocadoras dadas por Vallejo à televisão colombiana e uma série de encontros entre cineasta e personagem. O título, que retoma o verso inicial de Acuarimántima, do poeta colombiano Porfirio Barba Jacob (1883-1942), a quem Vallejo dedica um largo estudo, evoca seu desassossego com relação ao país de origem, onipresente em sua escrita, que aborda frontalmente a hipocrisia da religião, a violência do narcotráfico, os abusos políticos. “Por que a China desperdiçará em testes subterrâneos tanta bomba custosa se há aqui lugar para jogá-las à luz do dia e sob o calor do sol? Ah, vovó, se você soubesse, se vivesse, mas não, felizmente não”, escreve Vallejo. “Não se reproduzam. Não paguem na mesma moeda o mal que lhes foi feito”, fala ele, com voz doce e expressão impassível. Foi Ospina que apresentou A Virgem dos sicários, maior sucesso do escritor, ao cineasta franco-suíço Barbet Schroeter, que o leva às telas em 2000. A tese de O desassossego supremo, porém, parece ser a de que a potência da obra e da vida de Vallejo ultrapassa a narrativa do encontro amoroso, em Medellín, entre um velho gramático e um jovem matador. (Lúcia Monteiro)
07 de julho, sexta-feira, 15h00
Neste último retrato documental realizado por Ospina, o protagonismo é da prosa desesperadamente pessimista de Fernando Vallejo, escritor nascido em Medellín em 1942 e radicado no México desde os anos 1970. Além dos trechos de seus romances autobiográficos reunidos no livro El río del tiempo (1999), lidos pelo próprio autor, por Sandro Romero Rey ou reproduzidos em inscrições sobre a imagem videográfica, o filme comporta partes do violento discurso que ele profere no Encontro Ibero-americano de Escritores realizado em Bogotá, em 2000, entrevistas absolutamente provocadoras dadas por Vallejo à televisão colombiana e uma série de encontros entre cineasta e personagem. O título, que retoma o verso inicial de Acuarimántima, do poeta colombiano Porfirio Barba Jacob (1883-1942), a quem Vallejo dedica um largo estudo, evoca seu desassossego com relação ao país de origem, onipresente em sua escrita, que aborda frontalmente a hipocrisia da religião, a violência do narcotráfico, os abusos políticos. “Por que a China desperdiçará em testes subterrâneos tanta bomba custosa se há aqui lugar para jogá-las à luz do dia e sob o calor do sol? Ah, vovó, se você soubesse, se vivesse, mas não, felizmente não”, escreve Vallejo. “Não se reproduzam. Não paguem na mesma moeda o mal que lhes foi feito”, fala ele, com voz doce e expressão impassível. Foi Ospina que apresentou A Virgem dos sicários, maior sucesso do escritor, ao cineasta franco-suíço Barbet Schroeter, que o leva às telas em 2000. A tese de O desassossego supremo, porém, parece ser a de que a potência da obra e da vida de Vallejo ultrapassa a narrativa do encontro amoroso, em Medellín, entre um velho gramático e um jovem matador. (Lúcia Monteiro)
07 de julho, sexta-feira, 15h00
