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ANDRÉS CAICEDO: UNS POUCOS BONS AMIGOS

ANDRÉS CAICEDO: UNOS POCOS BUENOS AMIGOS (1986), de Luis Ospina, 86 min. 16 anos.
Retrato documental do escritor caleño Andrés Caicedo (1951-1977), baseado em imagens de seu filme inacabado Angelita y Miguel Ángel (1971), realizado em parceria com Carlos Mayolo, e depoimentos de críticos, amigos e familiares. Ospina imagina como teria sido aquele curta-metragem inconcluso e interroga as razões do suicídio do amigo.

Em 1977, pouco depois de receber a cópia de seu primeiro livro, Viva a música!, que acabara de ser editado, Andrés Caicedo põe fim à própria vida, aos 25 anos. Apesar de suas inegáveis qualidades literárias, a obra do escritor ainda era pouco conhecida quando, em 1986, Luis Ospina decide dedicar-lhe seu primeiro longa-metragem documental, já ancorado na tríade que nortearia toda sua produção seguinte: cidade, memória e morte. Contemporâneos, amigos e parceiros na fundação da Ciudad Solar, do Cine Club de Cali e da revista Ojo al Cine, Ospina e Caicedo estiveram no centro da atividade artística e cultural caleña no início dos anos 1970. Através da montagem de materiais de arquivo (fotografias de Caicedo da infância à juventude, imagens e sons de Angelita y Miguel Ángel, curta inacabado que realiza junto a Carlos Mayolo) e de entrevistas com pessoas que conviveram com o jovem escritor, o filme restitui as inquietações que motivaram toda uma geração de artistas, cineastas e intelectuais nascidos em Cali, cidade de agudas contradições e desigualdades. “A violência no Valle del Cauca dá base e motivo para o fascínio pelo horror”, diz um dos entrevistados, numa hipótese para explicar não só a presença do vampirismo na literatura de Caicedo, que era leitor de Edgar Allan Poe e H. P. Lovecraft, mas também as origens do “Gótico Tropical”. (Lúcia Monteiro)

28 de junho, quarta-feira, 17h00
07 de julho, sexta-feira, 19h00