ASUNCIÓN
June 20, 2017
PELA MANHÃ
June 20, 2017

AGARRANDO PUEBLO – OS VAMPIROS DA MISÉRIA

AGARRANDO PUEBLO (1978), de Luis Ospina e Carlos Mayolo, 27 min. Livre.
Falso documentário sobre cineastas que, trabalhando para uma TV alemã, filmam mendigos, crianças de rua e situações de precariedade nas ruas de Cali. Crítica mordaz à “pornomiséria” e ao oportunismo do cinema tipo exportação, que denuncia a pobreza no Terceiro Mundo visando ao sucesso na Europa.

“Uma paródia anárquica de um cinema documentário miserabilista, aquele que por um modo displicente de focalizar os problemas sociais filma ‘abjetamente’ a miséria e a explora comercialmente.” É assim que Bruno Vasconcelos descreve Agarrando pueblo no catálogo do forumdoc.bh, onde o filme foi exibido em 2008, trinta anos depois de sua estreia e na esteira do lançamento de Um tigre de papel. O provocador e sarcástico média-metragem, ao lado do manifesto “O que é a pornomiséria?”, escrito por eles para acompanhar a première francesa, em maio de 1978, teve repercussão. O filme de Mayolo e Ospina incomodava, e não apenas a cineastas colombianos, que, impulsionados por um dispositivo protecionista, produziam curtas-metragens de denúncia da pobreza sem maiores interrogações éticas ou formais, mas também a realizadores latino-americanos engajados no combate às injustiças sociais e ao subdesenvolvimento, num contexto em que o nuevo cine ganhava espaço e prestígio nos festivais internacionais. Afinal, era como se o título internacional do filme de Ospina e Mayolo os tivesse acusando: “vampiros da miséria”. A precoce combinação de cenas gravadas em preto e branco por uma portapak Sony com imagens em cores filmadas em 16mm, garante a variação de texturas, que acentua a dimensão autorreflexiva do filme. (Lúcia Monteiro)

29 de junho, quinta-feira, 15h00
09 de julho, domingo, 17h00