CALI: DE PELÍCULA
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AGARRANDO PUEBLO
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ASUNCIÓN

ASUNCIÓN (1975), de Luis Ospina e Carlos Mayolo, 15 min. Livre.
A história de uma empregada doméstica que se revolta contra a opressão de seus patrões.

Uma mulher posa para uma fotografia em uma praça de Bogotá. Ela é Asunción. Ao fundo, ouve-se uma narração masculina que ressalta a inexistência de seres superiores e prega a igualdade das classes sociais. Depois temos Asunción sendo convocada, pelo badalar dos sinos de sua senhora (Mónica Silva), a servir o jantar da família. A senhora dá ordens e controla o trabalho de Asunción, sempre com olhar de desconfiança. Enquanto os patrões estão na sala de jantar, a empregada corta o dedo e derrama seu próprio sangue no molho que será servido. Esta cena traz uma das referências estéticas do Grupo de Cali: o gótico tropical. Aqui, o recurso se dá como metáfora da opressão social, representada pelos patrões que, como vampiros, sugam o esforço da empregada. Com a viagem da família, Asunción decide imprimir sua marca, promovendo uma festa que leva a casa a um estado de caos. Com um final libertário de subversão feminina e de classe, o filme expressa uma nova visão de cinema político, em um contexto cinematográfico colombiano de produção excessiva de documentários. O curta foi filmado na casa da família de Mayolo, e Marina Restrepo, que interpreta Asunción, havia de fato trabalhado como doméstica ali e tinha sido demitida pela mãe de Mayolo, que nada sabia sobre o filme. Apesar de inicialmente censurado, o curta levou o primeiro prêmio no concurso organizado pela Colcultura, órgão nacional colombiano para a promoção da cultura. (Marina Campos)

30 de junho, sexta-feira, 17h00