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Celso Luccas e José Celso Martinez Corrêa
1975, Moçambique/Brasil, 140’, bluray, livre.

Depois do fechamento do Teatro Oficina, José Celso Martinez Corrêa e Celso Luccas, exilados, filmam em 16mm a Independência de Moçambique, em 25 de junho de 1975. O filme pretende trazer o ponto de vista do colonizado ao contar o processo de libertação do país e, com base em imagens de arquivo de diferentes proveniências, mostra a história da resistência e luta do povo moçambicano contra quatrocentos anos de opressão e dominação colonialista. Foi exibido em 1977 no Festival de Cannes e na primeira edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Este filme faz parte do programa CINEMA MOÇAMBICANO, CINEASTAS ESTRANGEIROS I (TEATRO OFICINA EM MOÇAMBIQUE):
10/11, quinta-feira, 18h00. Com a presença do cineasta Celso Luccas + recepção de abertura.


A colheita do diabo
Licínio Azevedo e Brigitte Bagnol 1988, Moçambique/França, 52’, DVD, livre.
Nascido em Porto Alegre e radicado em Moçambique desde 1975, Licínio Azevedo realiza A colheita do diabo em parceria com a antropóloga francesa Brigitte Bagnol. O filme trata da história de uma aldeia em Moçambique, ameaçada pela seca e por bandidos e defendida por cinco veteranos da Guerra de Independência. O título faz alusão às minas terrestres plantadas em solo moçambicano, que muito tempo após a Independência continuavam a matar e mutilar pessoas.

Este filme faz parte do programa CINEMA MOÇAMBICANO, CINEASTAS ESTRANGEIROS III (LICÍNIO AZEVEDO) e será exibido com Hóspedes da noite:
17/11, quinta-feira, 18h30.


A República dos Meninos (República di Mininus)
Flora Gomes
2012, Portugal/França/Guiné-Bissau/Bélgica/Alemanha, 78’, DCP, 14 anos.

Num país em guerra, os adultos desaparecem, abandonando as crianças à sua sorte. Surge, assim, a República di Mininus, onde políticos, médicos, enfermeiros e professores são todos crianças – o único adulto é Dubam (Danny Glover), uma espécie de guru. A nova organização social é abalada com a chegada de cinco crianças-soldados, trazendo histórias de violência e perdas. Os meninos da nova sociedade impõem aos recém-chegados uma prova: ou se aceitam uns aos outros como um grupo, ou terão de partir novamente para um mundo sem esperança, onde a sobrevivência é algo que não existe. Rodado em Moçambique e falado em inglês, o filme conta com trilha sonora de Youssou N’Dour.

Este filme faz parte do programa TODO O PODER ÀS CRIANÇAS I e será exibido com Empoderadas – Mc Soffia:
15/11, terça-feira, 16h00. Com a presença da cineasta Renata Martins.
20/11, domingo, 18h00. Com a presença do cineasta Flora Gomes.


Árvore de sangue (Po di sangui)
Flora Gomes
1996, Guiné-Bissau/França/Portugal/Tunísia, 95’, 35mm, 12 anos.

No vilarejo de Amanha Lundgu, cada vez que uma criança nasce, uma árvore é plantada. As árvores crescem junto com as crianças e, dessa forma, tornam-se uma espécie de alma dos habitantes. Ocorre que, dia após dia e sem necessidade aparente, as pessoas também cortam árvores. Elas vão ficando cada vez mais raras até que um dia o local é tomado pela aridez. Fábula ecológica e reflexão sobre o papel dos africanos no mundo.

Este filme faz parte do programa LUTA E MEMÓRIA VI (GUINÉ-BISSAU):
19/11, sábado, 18h00. Com a presença do cineasta Flora Gomes.
23/11, quarta-feira, 16h00.


Assim estamos livres. Cinema moçambicano 1975-2010
Silvia Vieira e Bruno Silva
2010, Portugal, 16’, DVD, 12 anos.

Realizado por dois pesquisadores portugueses, o filme reúne e analisa dados relativos aos filmes produzidos em Moçambique entre 1975 e 2010, somando-os a entrevistas com principais cineastas e produtores do país. O documentário oferece uma perspectiva acerca do percurso do cinema em Moçambique.

Este filme faz parte do programa HISTÓRIA DO CINEMA MOÇAMBICANO e será exibido com Kuxa Kanema. O nascimento do cinema:
10/11, quinta-feira, 16h00.


Avó (Muidumbe)
Raquel Schefer
2009, Portugal/França, 11’, blu-ray, livre.

Moçambique, 1960, pouco antes da eclosão da guerra, retrato de uma família colonial. Uma sequência de material de arquivo filmada pelo avô da cineasta, antigo administrador português em Moçambique, é o ponto de partida de um documentário experimental sobre a história da descolonização portuguesa e sua memória. Memória dupla ou desdobrada: a memória vivida e descritiva dos colonizadores (os seus textos, as suas imagens) contra a memória fabricada dos seus descendentes. O filme encena as lembranças indiretas da realizadora sobre Moçambique no período colonial.

Este filme faz parte do programa MEMÓRIA COLONIAL e será exibido com Nshajo (O jogo) e Redenção:
11/11, sexta-feira, 18h30. Com a presença da cineasta Raquel Schefer.


Empoderadas
Renata Martins
2015-2016, Brasil, DVD, livre.

Episódios da websérie Empoderadas, dedicada a mulheres negras que conquistaram expressão, realizada pela diretora e roteirista Renata Martins, uma das autoras da série Pedro e Bianca, da TV Cultura.


Ana Koteban, 5’
Este filme faz parte do programa MEMÓRIA E RACISMO e será exibido com Tabu:
12/11, sábado, 23h30.
22/11, quinta-feira, 18h30.


MC Soffia, 5’
Este filme faz parte do programa TODO O PODER ÀS CRIANÇAS I e será exibido com A República dos Meninos:
15/11, terça-feira, 16h00. Com a presença da cineasta Renata Martins.
20/11, domingo, 18h00. Com a presença do cineasta Flora Gomes.


Thais Dias, 8’
Este filme faz parte do programa TODO O PODER ÀS CRIANÇAS II e será exibido com Na cidade vazia:
20/11, domingo, 16h00.


Estas são as armas
Murilo Salles
1978, Moçambique, 60’, blu-ray, 16 anos.

Documentário que conta trinta anos de história de Moçambique, do colonialismo português à Independência e ao conflito com a Rodésia, atual Zimbábue. Conforme o depoimento do diretor: “Estas são as armas é o meu primeiro longa-metragem como diretor. Tive que sair do Brasil para realizar o rito de passagem da fotografia para a direção. Isso se deu com um filme militante. O presidente Samora Machel insistia ser necessário que se fizesse um filme para explicar aos moçambicanos o que era imperialismo. Assumi a tarefa. Tinha à minha disposição um precioso material de registro da luta armada da Frelimo, além dos arquivos de centenas de cinejornais portugueses da época colonialista. O filme foi montado para emocionar um povo que se esforçava para entender o que era uma revolução marxista-leninista, mas estava muito orgulhoso de poder construir sua própria nação”.

Este filme faz parte do programa CINEMA MOÇAMBICANO, CINEASTAS ESTRANGEIROS II (JEAN ROUCH E MURILO SALLES) e será exibido com Makwayela:
14/11, segunda-feira, 18h00.
19/11, sábado, 16h00.


Hóspedes da noite
Licínio Azevedo
2007, Moçambique, 53’, DVD, 14 anos.

Hóspedes da noite concentra-se em um dos grandes símbolos da colonização portuguesa em Moçambique: o Grande Hotel, na cidade da Beira, o maior hotel do país na época colonial, com 350 quartos e uma piscina olímpica, cuja grandeza não durou muito mais do que uma década. No documentário, o hotel aparece nas ruínas da sua condição presente, sem eletricidade ou água canalizada, habitado por 3500 pessoas.

Este filme faz parte do programa CINEMA MOÇAMBICANO, CINEASTAS ESTRANGEIROS III (LICÍNIO AZEVEDO) e será exibido com A colheita do diabo:
17/11, quinta-feira, 18h30.


Kuxa Kanema. O nascimento do cinema
Margarida Cardoso
2003, Portugal/Moçambique/França/Bélgica, 52’, blu-ray, livre.

A primeira ação cultural do governo moçambicano logo após a Independência, em 1975, foi a criação do Instituto Nacional de Cinema (INC). O novo presidente, Samora Machel, tinha especial consciência do poder da imagem e de como utilizá-la para construir uma nova nação socialista. As unidades de cinema móvel mostrariam por todo o país a mais popular produção do INC, o cinejornal Kuxa Kanema, cujo título significa “o nascimento do cinema”. O documentário da portuguesa Margarida Cardoso retraça o percurso histórico desde o surgimento desse ambicioso projeto até a decadência do INC.

Este filme faz parte do programa HISTÓRIA DO CINEMA MOÇAMBICANO e será exibido com Assim estamos livres. Cinema moçambicano 1975-2010: 10/11, quinta-feira, 16h00.

Makwayela
Jean Rouch
1977, Moçambique/França, 19’, DVD, livre.

Resultado de uma oficina com um grupo de estudantes em Moçambique, este filme consiste numa visita do realizador e etnólogo francês Jean Rouch à Companhia Vidreira de Moçambique. Ali, depois de uma breve cena da fabricação de garrafas, o filme mostra, com som direto, uma dezena de trabalhadores cantando e dançando no pátio uma canção anti-imperialista, cuja origem e sentido eles explicam em seguida ao cineasta: ela nasceu na dura experiência de trabalhar em minas, na África do Sul, sob o regime do Apartheid. Este filme faz parte do programa CINEMA MOÇAMBICANO, CINEASTAS ESTRANGEIROS II (JEAN ROUCH E MURILO SALLES) e será exibido com Estas são as armas:
14/11, segunda-feira, 18h00.
19/11, sábado, 16h00.

Maputo, meridiano novo
Santiago Álvarez
1976, Moçambique/Cuba, 16’, DVD, livre.

A partir de imagens de arquivo e filmagens da cidade de Maputo, o documentário aborda os principais fatos históricos relacionados à luta anticolonial da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) contra o império português.

Este filme faz parte do programa CURTAS DE SANTIAGO ÁLVAREZ E DO ICAIC NA ÁFRICA e será exibido com Nova sinfonia, O milagre da terra morena, Noticiero ICAIC n. 736 e Noticiero ICAIC n. 739:
14/11, segunda-feira, 20h00. Com a presença do pesquisador Alexsandro Silva.
22/11, terça-feira, 16h00. Com a presença da pesquisadora Cristina Beskow.

Monangambee
Sarah Maldoror
1968, Angola/França, 15’, DVD, 14 anos.

Filmado na Argélia em 1969 a partir de uma adaptação de um conto de José Luandino Vieira, “O fato completo de Lucas Matesso” (1962), no momento em que o próprio Luandino Vieira encontrava-se preso pelo poder colonial português, no campo de concentração de Tarrafal, Cabo Verde. O filme narra um dia na vida de Matesso, preso em Angola, a quem a mulher prepara um “fato completo”. A expressão inquieta os guardas da prisão, que o torturam, acreditando tratar-se de um plano de fuga. Puro desconhecimento: tratava-se de um prato a base de peixe, feijão e banana.

Este filme faz parte do programa LUTA E MEMÓRIA III (ANGOLA) e será exibido com Um filme italiano. África, adeus! e Prefácio a Fuzis para Banta:
13/11, domingo, 16h00. Com a presença do cineasta Mathieu Kleyebe Abonnenc e da pesquisadora Emi Koide.

Morte negada (Mortu nega)
Flora Gomes
1988, Guiné-Bissau/França, 85’, DVD, 12 anos.

Longa-metragem de estreia de Flora Gomes, esta etnoficção retrata, de modo expressivo e tocante, as vivências da Guerra de Independência da Guiné-Bissau, fundindo história contemporânea com mitologia. A narrativa vai de 1973, quando Diminga acompanha um grupo de guerrilheiros que levavam abastecimentos de Conacri para a frente de combate, até 1977, quando a guerra terminou, mas não chegou verdadeiramente a terminar: onde Diminga vive, a seca impera, o marido dela está doente e outra luta começa. Primeiro filme da Guiné-Bissau independente, com lançamento mundial no Festival de Veneza, em 1988.

Este filme faz parte do programa LUTA E MEMÓRIA I (GUINÉ-BISSAU) e será exibido com Tudo bem, tudo bem, vamos continuar:
12/11, sábado, 18h30. Com a presença do cineasta Mathieu Kleyebe Abonnenc.
18/11, sexta-feira, 16h00. Com a presença do cineasta Flora Gomes.

Mueda, memória e massacre
Ruy Guerra
1979-1980, Moçambique, 80’, DVD, 14 anos.

Considerado o primeiro longa-metragem de ficção de Moçambique, Mueda, memória e massacre formaliza tardiamente os pressupostos do projeto revolucionário da Frelimo. Recriação histórica dos acontecimentos do chamado Massacre de Mueda, ocorrido em 16 de junho de 1960, quando soldados portugueses abriram fogo sobre uma manifestação, matando centenas de pessoas. Os sobreviventes do massacre reinterpretaram, em vários momentos, após a Independência nacional, este episódio da história de Moçambique, ora desempenhando o papel de agressores, ora o de vítimas.

Este filme faz parte do programa RUY GUERRA II:
16/11, quarta-feira, 18h00. Com a presença do cineasta Ruy Guerra.

Mulheres da guerra (Women of the war)
Ike Bertels
1984, Holanda, 50’, DVD, livre.

Ike Bertels vê na televisão um documentário sobre as mulheres-soldados que lutam pela independência moçambicana e decide ir a Moçambique para encontrá-las. O resultado é este retrato documental de três mulheres que lutaram dez anos para libertar seu país dos colonizadores portugueses. Após a Independência, em 1975, Mónica foi escolhida para ser membro do Comitê Central do Governo da Frelimo. Maria, mãe de cinco filhos, mudou-se para Maputo com o marido, para estudar. Amélia tornou-se costureira de uniformes do Exército na província de Niassa. As histórias das suas vidas acabam por se entrelaçar, mostrando a importância política e pessoal da sua luta pela Independência.

Este filme faz parte do programa MULHER, CINEMA E REVOLUÇÃO III e será exibido com o filme Os comprometidos:
21/11, segunda-feira, 16h00.

Na cidade vazia
Maria João Ganga
2004, Angola/Portugal, 90’, DVD, livre.

Um grupo de crianças refugiadas de guerra, acompanhadas por uma freira, segue num voo rumo a Luanda, capital de Angola. Ao chegarem no aeroporto, N’dala, um menino de doze anos, consegue fugir do grupo e parte para descobrir a cidade. Enquanto a freira empreende uma investigação na tentativa de encontrá-lo, acompanhamos N’dala em sua jornada pelas ruas movimentadas da capital. Primeiro filme feito por uma mulher angolana, e o segundo realizado na Angola do pós-guerra.

Este filme faz parte do programa TODO O PODER ÀS CRIANÇAS II e será exibido com Empoderadas – Thais Dias:
20/11, domingo, 16h00.

Noticiero ICAIC n. 736
Daniel Diaz Torres, 1975, Cuba, DVD, 4’, 12 anos.
Noticiero ICAIC n. 739
Miguel Torres, 1975, Cuba, DVD, 4’, 12 anos.

A independência de Angola e a invasão do país por tropas do Zaire e da África do Sul retratadas em edições do cinejornal cubano, que também abordam a situação política na Grécia, em Israel, no Vietnã e no Peru.

Estes filmes fazem parte do programa CURTAS DE SANTIAGO ÁLVAREZ E DO ICAIC NA ÁFRICA e serão exibidos com Maputo, meridiano novo, Nova sinfonia e O milagre da terra morena:
14/11, segunda-feira, 20h00. Com a presença do pesquisador Alexsandro Silva.
22/11, terça-feira, 16h00. Com a presença da pesquisadora Cristina Beskow.

Nova sinfonia
Santiago Álvarez
1982, Moçambique/Cuba, 39’, DVD, 12 anos.

O documentário é uma sinfonia cinematográfica sobre a luta anticolonial da Frente Libertação de Moçambique (Frelimo) contra o império português. É composto de imagens de arquivo do processo revolucionário, da organização popular e do líder Samora Machel, provenientes do Instituto Nacional do Cinema (INC) de Moçambique.

Este filme faz parte do programa CURTAS DE SANTIAGO ÁLVAREZ E DO ICAIC NA ÁFRICA e será exibido com Maputo, meridiano novo, O milagre da terra morena, Noticiero ICAIC n. 736 e Noticiero ICAIC n. 739:
14/11, segunda-feira, 20h00. Com a presença do pesquisador Alexsandro Silva.
22/11, terça-feira, 16h00. Com a presença da pesquisadora Cristina Beskow.

Nshajo (O jogo)
Raquel Schefer
2010, Portugal, 8’, blu-ray, livre.

Entre 1957 e 1961, o antropólogo Jorge Dias, etnógrafo português da corrente luso-tropicalista, realiza estudos de campo no Planalto dos Macondes, ao norte de Moçambique. O material recolhido dará origem à extensa monografia Os Macondes de Moçambique (1964-70), uma das obras fundamentais da antropologia portuguesa. Em 1960, Jorge Dias permanece durante alguns dias na residência da família da cineasta no Mucojo, onde seu avô era então administrador de posto. Nshajo (O jogo) entrelaça o relato de um episódio prosaico da estadia de Jorge Dias no Mucojo com uma tentativa de reflexão visual sobre os limites da representação antropológica e os processos de observação empírica, comparação, mimetismo e transculturação.

Este filme faz parte do programa MEMÓRIA COLONIAL e será exibido com Avó (Muidumbe) e Redenção:
11/11, sexta-feira, 18h30. Com a presença da cineasta Raquel Schefer.

O milagre da terra morena (El milagro de la tierra morena)
Santiago Álvarez
1975, Angola/Cuba, 20’, DVD, 12 anos.

Imagens da luta armada conduzida pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) são combinadas a uma entrevista com um português casado com uma guineense e pai de uma criança mestiça. Quais são as implicações dessa união? Há uma relação de dominação? O que pensam sobre o racismo?

Este filme faz parte do programa CURTAS DE SANTIAGO ÁLVAREZ E DO ICAIC NA ÁFRICA e será exibido com Maputo, meridiano novo, Nova sinfonia, Noticiero ICAIC n. 736 e Noticiero ICAIC n. 739:
14/11, segunda-feira, 20h00. Com a presença do pesquisador Alexsandro Silva.
22/11, terça-feira, 16h00. Com a presença da pesquisadora Cristina Beskow.

Operação Búfalo
Ruy Guerra
1978, Moçambique, 25’, DVD, 12 anos.

Curta-metragem realizado por Ruy Guerra, que havia chegado a Moçambique em 1976. Trata do abate ecológico de búfalos na região do Gorongoza, um enorme parque nacional moçambicano. Em meia hora o filme cobre o percurso do búfalo desde seu hábitat natural até as vitrines das lojas onde parte de seu couro ou chifres são comercializados.

Este filme faz parte do programa RUY GUERRA I e será exibido com Um povo nunca morre e Os comprometidos – actas para um processo de descolonização:
11/11, sexta-feira, 16h00. Com a presença da historiadora Vavy Pacheco Borges.

Os comprometidos – actas de um processo de descolonização
Ruy Guerra
1982-1984, Moçambique, 42’, DVD, livre.

O filme trata do julgamento dos chamados “comprometidos”, indivíduos que integraram os aparelhos coloniais. Na escola Josina Machel, em um anfiteatro com plateia e balcão cheios, há um palco onde ficam Samora Machel e membros do comitê político da Frelimo. Registra Samora, ator político impecável, às vezes histriônico, no papel que se atribui de animador da cena no julgamento.

Este filme faz parte do programa RUY GUERRA I e será exibido com Operação Búfalo e Um povo nunca morre:
11/11, sexta-feira, 16h00. Com a presença da historiadora Vavy Pacheco Borges.

Os comprometidos (Mozambique, or Treatment for traitors)
Ike Bertels
1983, Holanda, 51’, DVD, livre.

Montagem da documentarista holandesa Ike Bertels a partir do material filmado por Ruy Guerra durante o interrogatório dos moçambicanos acusados de terem colaborado com o regime colonial português durante a Guerra de Independência. As sessões levaram uma semana. Samora Machel, primeiro presidente da República de Moçambique, enfrenta-se com os colaboradores, em um embate de tirar o fôlego.

Este filme faz parte do programa MULHER, CINEMA E REVOLUÇÃO III e será exibido com o filme Mulheres da guerra:
21/11, segunda-feira, 16h00.

O tempo dos leopardos (Vreme leoparda)
Zdravko Velimorovic e Camilo de Sousa
1985, Moçambique/Iugoslávia, 91’, DVD, 14 anos.

Drama político ambientado em 1971 e rodado em Moçambique em 1985, durante a Guerra Civil, um período de extrema escassez no país. Quando criança, um moçambicano e um colonialista português são amigos. Anos se passaram e Moçambique luta pela Independência. Os dois irão se reencontrar em lados opostos. O longa é resultado de uma viagem de Samora Machel à Iugoslávia do Marechal Tito. O Instituto de Cinema de Belgrado coproduziu o projeto, em comemoração ao décimo aniversário da Independência.

Este filme faz parte do programa LUTA E MEMÓRIA V (MOÇAMBIQUE):
17/11, quinta-feira, 16h00. Com a presença do cineasta Camilo de Sousa.

O vento sopra do norte
José Cardoso
1987, Moçambique, 90’, DVD, 14 anos.

Uma das primeiras incursões da produção local pós-Independência no longa-metragem de ficção, uma reconstituição da última fase do colonialismo português, na década de 1960. A cópia exibida é produto do restauro feito no laboratório da Cinemateca Portuguesa, no âmbito do projeto de cooperação levado a cabo em 2008 e 2009 com o Instituto Nacional de Audiovisual e Cinema de Moçambique (INAC) e com o suporte do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), visando a recuperação do precioso acervo daquele instituto.

Este filme faz parte do programa LUTA E MEMÓRIA IV (MOÇAMBIQUE):
14/11, segunda-feira, 16h00.

Prefácio a Fuzis para Banta (Préface à Des fusils pour Banta)
Mathieu Kleyebe Abonnenc
2011, França, 25’, blu-ray, livre.

Pensada originalmente como uma videoinstalação, a obra baseia-se nas fotografias de cena e nas anotações do roteiro de Fuzis para Banta (1970), primeiro filme de Sarah Maldoror, atualmente perdido. Filmado na Guiné-Bissau, Fuzis para Banta acompanha a vida de Awa, uma camponesa engajada no Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. Como em um slide-show, Abonnenc coloca as fotografias de cena em movimento, e as acompanha de uma narração em off que ajuda a imaginar como seria esse filme se fosse possível vê-lo.

Este filme faz parte do programa LUTA E MEMÓRIA III (ANGOLA) e será exibido com Um filme italiano. África, adeus! e Monangambee:
13/11, domingo, 16h00. Com a presença do cineasta Mathieu Kleyebe Abonnenc e da pesquisadora Emi Koide.

Redenção (Redemption)
Miguel Gomes
2013, Portugal/Alemanha/França/Itália, 27’, DCP, 12 anos.

Imagens de arquivo em super-8 são remontadas em quatro narrativas ficcionais. No dia 21 de janeiro de 1975, em uma aldeia no norte de Portugal, uma criança escreve aos pais em Angola para lhes dizer como Portugal é triste. No dia 13 de julho de 2011, em Milão, um velho recorda o seu primeiro amor. No dia 6 de maio de 2012, em Paris, um homem diz à filha bebê que nunca será um pai de verdade. Durante um casamento, no dia 3 de setembro de 1977, em Leipzig, a noiva luta contra uma ópera de Wagner que não lhe sai da cabeça.

Este filme faz parte do programa MEMÓRIA COLONIAL e será exibido com Avó (Muidumbe) e Nshajo (O jogo):
11/11, sexta-feira, 18h30. Com a presença da cineasta Raquel Schefer.

Sambizanga
Sarah Maldoror
1972, Angola/França, 102’, DVD, 14 anos.

Sambizanga toma o seu título do bairro operário homônimo, em Luanda, onde existia a prisão em que muitos dos combatentes pela libertação foram torturados. O filme problematiza o começo da luta de libertação em Angola, com enfoque nas ações do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), movimento político do qual o marido de Maldoror, Mário Pinto de Andrade, foi líder. Mário é também o roteirista do filme, baseado no livro de José Luandino Vieira A vida verdadeira de Domingos Xavier. Quando o filme foi mostrado em Angola, após a Independência, houve total identificação do público com os acontecimentos de Sambizanga. Depois da exibição, o intérprete do agente da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (Pide) correu o risco de ser linchado pelas ruas de Luanda.

Este filme faz parte do programa MULHER, CINEMA E REVOLUÇÃO II:
15/11, terça-feira, 18h30. Com a presença de Annouchka de Andrade, filha da cineasta.

Tabu
Miguel Gomes
2012, Portugal/Alemanha/França/Brasil, 118’, 35mm, 14 anos.

Uma idosa temperamental, sua empregada cabo-verdiana e uma vizinha dedicada a causas sociais compartilham o andar num prédio em Lisboa. Quando a primeira morre, as outras duas passam a conhecer um episódio do seu passado: uma história de amor e crime passada numa África de filme de aventuras.

Este filme faz parte do programa MEMÓRIA E RACISMO e será exibido com Empoderadas – Ana Koteban:
12/11, sábado, 23h30.
22/11, quinta-feira, 18h30.

Tudo bem, tudo bem, vamos continuar (Ça va, ça va, on continue)
Mathieu Kleyebe Abonnenc
2013, Portugal/França, 31’, blu-ray, livre.

O vídeo retoma a história da luta pela Independência da Guiné-Bissau através de relatos-encenações da atriz Bia Gomes, ícone dos filmes do realizador guineense Flora Gomes. A atriz-personagem Bia Gomes fala de sua personagem Diminga, em Morte negada, por vezes passando a encarná-la novamente. Em um embate entre o personagem-artista, branco português, com uma plateia majoritariamente negra, surgem questões sobre a apropriação da cultura e da voz do outro, o lugar da fala, da diferença e da identidade.

Este filme faz parte do programa LUTA E MEMÓRIA I (GUINÉ-BISSAU) e será exibido com Morte negada:
12/11, sábado, 18h30. Com a presença do cineasta Mathieu Kleyebe Abonnenc.
18/11, sexta-feira, 16h00. Com a presença do cineasta Flora Gomes.

Um filme italiano. África, adeus! (An Italian film. Africa addio)
Mathieu Kleyebe Abonnenc
2012, França, 27’, blu-ray, livre.

Neste vídeo, apresentado originalmente como uma instalação, o artista francês revisita o controverso documentário África, adeus! (Africa addio, 1966), filmado pelos italianos Gualtiero Jacopetti e Franco Prosperi em Angola e no Congo. Realizado pelos mesmos diretores de Mundo cão (Mondo cane, 1962), o filme descrevia o fim da era colonial na África, com cenas chocantes de violência e brutalidade. Para acessar essa história turbulenta, ligada à exportação de cobre pelo Congo, então colônia da Bélgica, Abonnenc se concentra na história da chamada “cruz de Katanga”, moeda corrente na África em tempos passados, feita de cobre em forma de cruz ou de “h”. O vídeo de Abonnenc acompanha, em Yorkshire, Inglaterra, o processo de fundição dessas cruzes, que se transformam em barras de cobre.

Este filme faz parte do programa LUTA E MEMÓRIA III (ANGOLA) e será exibido com Prefácio a Fuzis para Banta e Monangambee:
13/11, domingo, 16h00. Com a presença do cineasta Mathieu Kleyebe Abonnenc e da pesquisadora Emi Koide.

Um povo nunca morre
Ruy Guerra
1980, Moçambique, 17’, DVD, livre.

Segundo curta-metragem de Ruy Guerra realizado após a Independência moçambicana, mostra a transladação da Tanzânia para Maputo dos restos mortais de combatentes da Frelimo. Em um 3 de fevereiro, o Dia dos Heróis, Ruy filmou o regresso dos corpos dos militantes mortos na luta pela Independência.

Este filme faz parte do programa RUY GUERRA I e será exibido com Operação Búfalo e Os comprometidos – actas para um processo de descolonização:
11/11, sexta-feira, 16h00. Com a presença da historiadora Vavy Pacheco Borges.

Vovós guerrilheiras – como viver neste mundo (Guerrilla Grannies – How to Live in This World)
Ike Bertels
2012, Holanda, 80’, DVD, livre.

Depois de Mulheres da guerra (1984) e de Pensão da guerrilha (1994), Ike Bertels retorna a Moçambique para encontrar-se com Mónica, Amélia e Maria, que haviam combatido na guerra pela Independência moçambicana e foram protagonistas dos dois outros filmes da realizadora. No novo encontro, Bertels as questiona sobre como os seus ideais de revolução moldaram a nova sociedade moçambicana.

Este filme faz parte do programa MULHER, CINEMA E REVOLUÇÃO IV:
21/11, segunda-feira, 18h00.

Xime
Sana Na N’Hada
1994, Guiné-Bissau/Holanda/França, 95’, 35mm, livre.

Tendo estudado cinema em Cuba, Sana Na N’Hada codirigiu, com Flora Gomes, José Bolama e Josefina Crato Lopes, O regresso de Amílcar Cabral (1976), filme fundador do cinema da Guiné-Bissau. Xime, seu primeiro longa-metragem, se passa no ano de 1962, na Guiné-Bissau colonial, quando Iala, camponês que cuida de uma plantação de arroz, é obrigado lidar com a perda de autoridade sobre seus dois filhos. Raul, o mais velho, havia sido enviado para o seminário na capital e se juntou ao movimento de libertação contra o regime colonial português. Bedan, o caçula, permaneceu na aldeia e tem um caso com a futura noiva mais nova de seu pai.

Este filme faz parte do programa LUTA E MEMÓRIA III (GUINÉ-BISSAU):
13/11, domingo, 18h30.
19/11, sábado, 23h30.

Yvone Kane
Margarida Cardoso
2014, Portugal/Brasil, 118’, DCP, 12 anos.

Depois da morte de sua filha, Rita volta ao país africano onde viveu na infância para investigar um mistério do passado: a verdade sobre a morte de Yvone Kane, uma ex-guerrilheira e ativista política. Nesse país, onde o progresso se constrói sobre as ruínas de um passado violento, Rita reencontra sua velha mãe, Sara, uma mulher dura e solitária que vive ali há muitos anos. Enquanto Sara vive os últimos dias da sua vida procurando um sentido para os atos passados, Rita embrenha-se num território marcado pelas cicatrizes da história e assombrado por fantasmas da guerra e do mal, procurando o segredo de Yvone.

Este filme faz parte do programa MULHER, CINEMA E REVOLUÇÃO I:
12/11, sábado, 16h00.
23/11, quarta-feira, 18h00.