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June 20, 2017
TUDO COMEÇOU PELO FIM
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UM TIGRE DE PAPEL

UN TIGRE DE PAPEL (2007), de Luis Ospina, 114 min. Livre.
A pouco documentada vida de Pedro Manrique Figueroa, artista precursor da colagem na Colômbia, é aqui reconstruída a partir de depoimentos de amigos, ex-amantes e colegas de trabalho. Sua trajetória, de empregado dos bondes de Bogotá a militante político e artista plástico, conta a história do país e do mundo na segunda metade do século XX.

Através de uma miríade de entrevistas, imagens de arquivo, citações de escritores e pensadores e do suposto legado visual de Pedro Manrique Figueroa, esta colagem-reconstrução retraça a vida desse artista misteriosamente desaparecido, cujas aventuras refletem o percurso de uma geração que viveu as revoluções culturais e políticas da segunda metade do século XX e que perseguiu utopias através da militância política e da criação artística, ou do difuso interstício entre as duas. Chamado por Carlos Mayolo de “alter-vago” ou o amigo imaginário da sua geração, Pedro Manrique Figueroa aparece em toda classe de acontecimentos históricos com a mesma onipresença do Zelig (1983) de Woody Allen. Essa onipresença é, porém, difusa: de PMF vemos sempre uma mancha, uma pessoa desfocada, em segundo plano ou de costas. As imagens que se apresentam dele são de fato suas colagens, isto é, Pedro Manrique Figueroa é sua obra ou a obra de Pedro Manrique é ele mesmo, levando ao limite o binômio arte e vida. O filme questiona os mecanismos de veracidade do chamado cinéma vérité, para enunciar um “cinéma-mentiré”, em que o falso pode ser mais verídico que a dita verdade. (Jenny Fonseca)

29 de junho, quinta-feira, 18h45
05 de julho, quarta-feira, 15h00