MONSERRATE
June 20, 2017
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June 20, 2017

AUTORRETRATO (DORMIDO)

AUTORRETRATO (DORMIDO) (1971), de Luis Ospina, 3 min. Livre.
Inspirado em Sleep (1963), em que Andy Warhol filmou o amigo John Giorno enquanto dormia, Luis Ospina refaz a experiência, mas traz o registro do próprio sono. A partir do material bruto realiza intervenções que eliminam os “tempos mortos” do filme.

Os anos vividos por Luis Ospina em Los Angeles renderam, além da prática cinematográfica, uma imersão na cultura underground norte-americana. No curta Autorretrato (dormido), o diretor inspira-se no filme Sleep (1963), de Andy Warhol, um dos principais nomes da pop art. Warhol havia filmado seu amigo, o poeta e artista performático John Giorno, enquanto dormia, em um registro de mais de seis horas. O trabalho insere-se em seus os experimentos fílmicos, no intuito de pensar a relação do real com o performativo no contexto da arte, do capitalismo e da cultura de massas. A partir dessa obra, Luis Ospina se questiona, com humor, sobre as consequências de retirar do sono bruto seus “tempos mortos”. Autorretrato (dormido) coloca o próprio diretor como objeto da experiência. As imagens captadas de seu sono são alteradas em alguns pontos: a velocidade é acelerada, alguns fotogramas são eliminados e a respiração do diretor transforma-se em ritmo, vibração. Trata-se da “primeira película filmada por um homem dormindo”, de acordo com as palavras de Ospina, que se desloca entre as figuras do observado e do observador, fazendo da obra, talvez, um filme-sonho. (Marina Campos)

02 de julho, domingo, 15h00
08 de julho, sábado, 17h00